A Diocese de Juína foi criada no dia 23.12.97 pela Bula “Ad Plenius Consulendum do Papa São João Paulo II. Foi desmembrada das Dioceses de Ji-Paraná e Diamantino
O primeiro Bispo da Diocese de Juína foi Dom Franco Dalla Valle, SDB, nomeado por São João Paulo II pela Bula”Quoniam Oportet”, foi ordenado Bispo por Sua Santidade em Roma no dia 06 de Janeiro de 1998 e tomou posse da sua função de pastor desta Diocese no dia 29 de março de 1998.
Dom Franco veio para Juína com a cabeça e o coração de Pastor que contempla as necessidades desta realidade. Com o seu lema; “EVANGELIZAR”, em todos os sentidos, queria que a Igreja fosse logo cumpridora desta missão. Por todos os cantos desta Diocese, deixou sua marca. Seu desejo foi de que a evangelização fosse integral, porque via o ser humano em sua totalidade.
No dia 02 de agosto de 2007, a Igreja de Juína viveu a sua mais dolorosa experiência com a do Bispo Dom Franco Dalla Valle para a eternidade, vítima de um infarto.
Logo após a vacância o Santo Padre Bento XVI nomeou o Arcebispo da Arquidiocese de Cuiabá, Dom Milton Antônio dos Santos, como Administrador Apostólico da Diocese de Juína.
Depois da longa espera de 1 ano, 03 meses e 10 dias – no dia 12 de novembro de 2008, o Papa nomeou o novo bispo Dom Neri José Tondello, que tomou posse da Diocese de Juína no dia 15 de fevereiro de 2009.
Dados Gerais
A Diocese de Juína situa-se no Estado do Mato Grosso, está localizada entre os Estados de Rondônia e Amazonas. Sendo uma área distante e quase inatingível pelas respectivas Capitais de Estado, ficou por bastante tempo, uma área esquecida pelo poder público, onde índios de 15 grupos oficialmente reconhecidos, fazendeiros, garimpeiros, posseiros e madeireiros, disputam a sobrevivência na base da “lei do mais forte”, da violência e do conflito armado. A necessidade de uma nova diocese nasce com a criação do Estado de Rondônia, pois onde hoje se concentra a área territorial da diocese de Juína, pertencia a Prelazia de Rondônia. A criação da Diocese veio para ajustar e melhor prover o povo de Deus na região noroeste de Mato Grosso.
Limites
Os limites são estes: como ponto inicial e final, o marco da linha de limites interestaduais Mato Grosso-Amazonas, à margem direita do rio Aripuanã; vai por essa linha limítrofe em direção Leste até chegar à margem esquerda do rio Juruena. Subindo o rio Juruena, confinando com os municípios de Alta Floresta, São José do Rio Claro, até a confluência do rio do Sangue. Sobe por ele, confinando com o município de Comodoro, até o ponto comum com o limite estadual Mato Grosso - Rondônia. Segue por esse limite em direção Norte até atingir o vértice, próximo à Serra Verde. Dali segue em direção Norte, ainda ao longo do limite interestadual Mato Grosso - Rondônia até o limite interestadual Mato Grosso - Amazonas, prosseguindo no referido limite para Leste em linha reta até tocar a margem direita do rio Aripuanã, ponto de partida desta descrição. Fazem parte desses limites os municípios de Aripuanã, Juína, Juruena, Castanheira, Cotriguaçú e Colniza, que pertenciam à Diocese de Jí-Paraná e Brasnorte, que pertencia à Diocese de Diamantino.
População:
A área era antigamente povoada por numerosos grupos indígenas. A população atual é na quase totalidade, formada por migrantes, que na grande maioria vieram dos estados do Sul, como Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas há também migrantes de vários outros estados.
A grande ocupação da região Noroeste aconteceu, sobretudo, a partir da década de 80 com os grandes projetos governamentais de exploração e ocupação do Norte. Esses projetos foram estimulados pela Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso (CODEMAT) e algumas colonizadoras privadas. Esta foi também a saída encontrada para superar a crise dos Estados do Sul, sobretudo do Paraná, que substituíram as culturas que empregavam muita mão-de-obra (café, algodão), pelo boi e pelas culturas mecanizadas (soja, trigo). Isto significou o desemprego para milhares de famílias.
A situação de desemprego rural no Sul e a forte ideologia do governo militar que tinha medo de perder a Amazônia (“integrar para não entregar”) provocou a migração violenta e desorganizada, a ocupação irracional e predadora destas terras e de suas riquezas. Não houve nenhum respeito, nem pelos povos indígenas e seringueiros, nem pela natureza. Hoje há uma forte remigração, sobretudo vinda de Rondônia, em direção ao Norte da Diocese: Colniza, Nova União, Conselvan, Panelas, Guariba. Principalmente nos últimos anos vindo de Rondônia, rumo ao Norte da Diocese, como por exemplo, ocorreu em Colniza onde houve uma explosão demográfica de 2.000 para aproximadamente 30.000 pessoas em cinco anos.
Em muitas destas ocupações acabam virando palco de fazendeiros, garimpeiros, madeireiros e posseiros que transformam a área do ponto de vista ecológico, social e também religioso, abrindo uma nova realidade a novos desafios sociais e pastorais. Com isto, percebe-se que a população da Diocese de Juína é bem oscilante devido à migração e emigração atual.