NOSSA SENHORA APARECIDA, ROGAI POR NÓS!
11.10.2024 - 05:40:00 | 6 minutos de leitura

Queridos amigos e amigas!
Querido povo brasileiro que ama esta mãe querida, Nossa Senhora Aparecida. Ao celebrar esta figura e imagem de Aparecida, estamos venerando aquela que trouxe ao mundo, o Filho de Deus. Por isso, Ele vem do céu por obra de Deus e do Espírito Santo, mas vem da terra, porque nascido de mulher. Aquela que faz diferente no começo, aquela que escuta, aquela que acolhe, aquela que obedece à vontade do Pai, é aquela que está atenta àquilo que falta em nossa vida, ao nosso redor e aquela que intercede e exorta como toda mãe: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. Desta forma, continua a interceder por cada brasileiro e por cada brasileira.
Nada mais oportuno do que observar a espiritualidade da Palavra de Deus designada para a liturgia própria do dia doze. Ester se veste de beleza e vestes de rainha para dirigir-se ao palácio real. Se apresenta ao Rei. Ao aproximar-se pergunta o rei: “O que me pedes, Ester; o que queres que eu faça?” Ester respondeu-lhe: “Se ganhei as tuas boas graças, ó rei, e se for de teu agrado, concede-me a vida – eis meu pedido! – e a vida do meu povo – eis o meu desejo”.
Depois da oração, o pedido de Ester é forte; mais ainda é o pedido por sua vida. Ela precisa viver para cuidar do povo. “E a vida do meu povo como desejo”. Ester não quer viver para si, mas para ajudar a cuidar do povo. Por isso, “enxugue as lágrimas de Cristo onde quer que ele chore.” Onde chora, Cristo no hoje de nossas vidas?
Nesta hora, meu pensamento viaja para o Líbano. O que dizem os brasileiros que estão lá repatriados de volta? O que dizem os habitantes de Gaza? O que pedem os habitantes da Ucrânia? Da União Soviética? O que Ester pediria às nações que patrocinam as guerras fornecendo armas o tempo todo? Qual o pedido nosso nestes dias? O que dizer aos que nos governam e aos recém-eleitos? O que fazer por primeiro, senão cuidar dos pobres?
Como me disse um dia um membro indígena: “Faz 500 anos que tentam nos matar e não conseguem”. Quer dizer: embaixo, ou atrás de cada vida existe uma resistência incrível. Uma resiliência que não pode ser vencida. De onde vem esta força vivente e vivificadora, tão forte, mais forte que o poder da morte?
E, quem é o dragão que persegue a mulher que traz consigo a força protetora da vida frágil, vulnerável que é, e quem defende e protege a mulher? Quem apoia e ajuda os pequenos que se organizam por direitos e por justiça? Quem cuida dos subalternos, desprezados e anulados, que mesmo assim, não desistem à resistência contra as forças do mal, da dominação e da morte? Quem será este dragão que a mulher vence todos os dias? Não seria a tentação ao poder do dinheiro? A força do egoísmo? Ganhar, comprar, vender por poder? A terra veio em socorro da mulher. A mãe terra salva a vida da mulher.
Qual é o rio de água que a serpente vomitou para submergir a mulher? Vomitar um rio?! A serpente vomita o poder do mal. Nem a serpente suporta o mal. O mal se destrói com o próprio mal. O mal não tem futuro. Às vezes até parece que o mal venceu, mas a resistência das pessoas de boa vontade alcança a verdade final – a salvação de todos. Que belo livro do Apocalipse, livro da resistência, livro da revelação de tudo o que está acontecendo ao nosso redor que fere o bem com o mal. Livro do consolo dos que resistem, porque os peregrinos de esperança continuam vivos na glória e no coração dos que lutam para se manter de pé na fidelidade do Evangelho de Jesus.
Mas, cabe outra pergunta, em relação ao rio vomitado pela serpente: como andam nossos rios? Ainda têm água? Os que não têm mais água, podem ainda ter vida? Voltarão a ter água novamente os que já morreram? Nossa Senhora Aparecida apareceu num rio que ainda tinha água. Se viesse na Amazônia, no Pantanal, e no Cerrado, ainda teria água para Nossa Senhora Aparecida aparecer? Ou talvez, quiçá ela nos fala de outra maneira ainda não vista.
O que Maria teria para dizer a Jesus, hoje? Se, em Caná, faltou vinho, o que faltaria aqui, no hoje de nossa vida? Em nossas casas temos água dia sim, dia não, mas a prefeitura resolve, dizemos nós. Nós aguentamos. Não estamos dispostos a olhar para a realidade da água, nem de nossas nascentes, muito menos de nossos rios, com humildade e maior profundidade, e assumir o que cada um pode fazer pela Ecologia Integral, pela Casa Comum. Entre o frio do inverno de Maria, onde nasceu Jesus, entre as chamas e altas temperaturas, tantas catástrofes, de nosso tempo, Maria não nos pediria um mínimo de humildade para perguntar de onde vem tudo isso? Justificamos, mas “sempre foi assim”. Mas será com a mesma velocidade do desequilíbrio de agora, que caminha exponencialmente à vertiginosa ladeira abaixo ao fim, ou ao encontro da conversão ecológica e conversão ambiental?
Jesus Salvador, o aclamado por sua Mãe, Maria, “Fazei tudo o que Ele vos disser”, ensina a obediência a um outro projeto de “vida em abundância para todos”. Isto é, um reino diferente deste que não tem misericórdia e escrúpulo. Superar o paradigma: “produzir o máximo, consumir tudo, para lucrar o abusivo sem limites que puder”, o desafio a enfrentar.
Este é o vinho novo que não pode faltar, a mensagem de Jesus, o seu Espírito, que em nossa vida não permite que a festa não aconteça e ou a festa termine.
Na Casa Comum de Deus, nossa casa, deve ser a festa da justiça, a festa da verdade, festa da sabedoria, festa da partilha, festa da amizade, festa da paz. Festa do amor. Festa da misericórdia. Festa da família. Festa da responsabilidade. Festa do compromisso. Festa para todos. Ninguém pode faltar na festa de casamento, nem em Caná, nem aqui. Banquete para todos, desde que não falte a justiça pela terra, pela casa, pelo trabalho e pelo pão. Mãe Aparecida, rogai por nós!
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