FINADOS: UM NOVO NASCIMENTO
Amadas irmãs e amados irmãos! Queridos amigos e amigas! No dia dois de novembro de todo ano, a história nos marca com o selo memorial da finitude de todo e de cada ser humano. Saudade e esperança perfazem o sentimento de quem vive à “sombra da morte”.
01.11.2024 - 10:07:00 | 6 minutos de leitura

Mesmo que a morte nos acompanha todos os dias, pouco nos lembramos dela. Certamente, porque preferimos viver sempre, mesmo que, Bergson, afirmasse que “uma criança quando nasce já está suficientemente velha para morrer”. Mesmo que bergson tenha razão para afirmar que o fato da morte acompanha o ser vivente, todos nós lutamos para que vida se prolonga e seja feliz. Não é por acaso que diante da morte de uma criança, o lamento seja mais doloroso.
Viver e morrer e, morrer e viver andam juntos. Viver para morrer. Morrer para viver novamente. Por isso, morrer, outro nascimento, faz da morte não o desespero, mas a certeza de uma nova realidade. “Na Jerusalém celeste, um Novo céu e uma nova terra. Tenda de Deus, Deus habitará com eles. Ele enxugará toda lágrima dos seus olhos, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais. Sim! As coisas antigas se foram” (Ap 21, 1-4).
O que destoa do plano de Deus, é assistir notícias de tantas mortes causadas por acidentes. Mortes, vítimas da violência. Mortes de crianças, vítimas das guerras, mortes por negligência e mortes por não chegar em tempo ao acesso à saúde. Morte de jovens, na mais tenra idade, vítimas de tudo. Outra coisa que não combina é a indiferença diante da vida e aceitação da morte a qualquer preço/valor. Mortes sem explicação. Sem resposta. Pessoas desaparecidas. “Deus nos criou à sua imagem, a imagem de Deus ele o criou, homem e mulher ele os criou” (Gn 1, 27). Existimos para viver e deixar viver. “Então viva e deixe viver”. Diante da criação, “E Deus viu que isso era bom”. Portanto, cuidemos da Casa Comum, para não morrer com o planeta.
Também cabem perguntas diante do mistério da morte: por exemplo, porque morrer, se viver faz todo sentido? Se viver é tão bom! Como bem viver? Continuar vivo? No plano do Pai, somos eternos, porque habitamos no coração de Deus, desde sempre e, por isso, entramos no tempo para fazer um passeio no tempo para retornar de novo, na hora de Deus, para a eternidade ao coração de Deus. Tudo o que vive respira louve o Senhor. Tantas vidas impedidas de nascer. São vidas e vida é Deus: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”, disse Jesus (Jo 14, 6). Portanto, a vida não morre. As crianças que não nasceram para este mundo estão vivas em algum lugar. No mundo futuro, espero vê-las.
Se a vida é um passeio pelo mundo, como não valorizar esta oportunidade unicamente pessoal? Cada um, a sua vida? Por isso, a vida: o maior dom. Como não valorizar e contemplar a cada momento de convivência com outros parecidos e diferentes de nós? Porque não se divertir e ser feliz simplesmente por existir com senso de gratidão? Porque não antecipar a glória eterna, a festa de Deus na terra com esperança de vida plena em Deus no céu? Se a Teologia escatológica nos garante que o céu é uma festa, porque não fazer com que se antecipe desde agora? Foi o que Jesus fez em toda sua vida, chamar a todos para o Reino da “vida em abundância para todos” (Jo 10, 10).
A partir da ressurreição de Jesus, tudo muda a respeito da compreensão do pós-mortem. Inclusive, o livro de Jó já percebia antes do tempo: “eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. Eu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos dos outros” (Jó 19, 25-27).
A Liturgia deste dia de finados, nos acende um alerta de acordo com o Evangelho, “ficai certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que arrombasse a sua casa. Vós também, ficai preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos o esperardes” (Lc 12, 39-40). Para o Papa Bento XVI “a fé no juízo final é primariamente e sobretudo esperança, a favor da fé na vida eterna” (Spe Salvi, p. 53).
De fato, não pode existir melhor passagem no mundo do que viver atento e preparado para o dia e a Hora de Deus. De outra parte, Jesus também disse: “na casa de meu Pai são muitas as moradas, se não fosse assim eu vos teria dito, pois vou preparar-vos um lugar, e quando vos tiver preparado um lugar, virei novamente e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver, estejais vós também”, que “cesse de perturbar-se o vosso coração” (Jo 14, 1-3). “Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus vos declarou: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas sim de vivos (Mt 22,31-32). Esperança absoluta num “futuro absoluto” e a “ressurreição foi claramente entendida como vitória e ratificação divina”, ensinava Karl Rahner no Curso Fundamental da Fé (p. 299), sendo Jesus “o portador absoluto da salvação”. No ambiente cristão, não existe, portanto, peregrinar fora da esperança. A esperança não morre nunca, antes se plenifica com a morte, porque encontra-se definitivamente com Deus, face a face.
O caminhar na esperança, me permite e/ou me exige sentir, escutar, perceber com ouvidos e olhos, e tocar sinais vitais em tudo, pois para Deus “se a certeza da morte nos entristece, conforta-nos a promessa da futura imortalidade. Senhor, para os que creem em vós a vida não é tirada, mas transformada, e, desfeita esta morada terrestre, nos é dada uma habitação eterna no céu”, Prefácio de Finados (Missal Romano, p. 518).
Na mesma compreensão, São Paulo nos acena que “o mesmo se dá com a ressurreição dos mortos; semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico ressuscita corpo espiritual” (1Co, 15, 44). Apesar da dura experiência que fazemos quando algum ente querido parte dentre nós, dia de Finados é dia de celebrar a esperança na vida que não termina - vida em Deus.
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